INE confirma abrandamento da inflação para 2,4% em setembro: o que significa para o seu bolso
O Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmou que a taxa de inflação homóloga em Portugal abrandou para 2,4% em setembro, uma descida de 0,4 pontos percentuais face a agosto. Embora o valor ainda revele pressão nos preços, a tendência mostra sinais de estabilização após meses de oscilações na economia. Mas afinal, o que está por trás destes números — e como isso pode afetar o seu dia a dia?
ATUALIDADE
10/13/2025
A inflação em queda: o que mostram os dados
Segundo o INE, a inflação subjacente — que exclui produtos alimentares não transformados e energéticos, por serem mais voláteis — também abrandou para 2,0%, depois de ter registado 2,4% em agosto.
➡️ Em resumo:
Inflação total: 2,4%
Inflação subjacente: 2,0%
Produtos energéticos: +0,3%
Alimentares não transformados: +7% (mantém-se elevada)
Variação média anual: 2,3%
Apesar da moderação geral, os alimentos frescos continuam a ser um dos principais fatores de pressão sobre o custo de vida das famílias portuguesas.
Energia e alimentação: os motores da inflação
Enquanto o setor energético registou apenas uma ligeira subida de 0,3%, o índice dos produtos alimentares não transformados (como frutas, legumes e carne fresca) mantém-se nos 7% — um valor elevado que indica que a inflação ainda pesa fortemente no supermercado.
Estes dados reforçam a ideia de uma inflação “mista”, em que alguns preços recuam, mas os bens essenciais permanecem caros, afetando sobretudo os orçamentos das famílias de menor rendimento.
Comparação com a zona euro
Em setembro, o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) — usado para comparar a inflação entre países europeus — situou-se em 1,9% em Portugal, face aos 2,2% estimados para a zona euro.
Isto significa que Portugal registou uma inflação mais baixa que a média europeia, invertendo a tendência observada em agosto, quando o país apresentava uma taxa superior à da área do euro.
Exportações e importações: sinais mistos na economia
Além dos preços ao consumidor, o INE também divulgou dados sobre o comércio externo.
As exportações de bens caíram 1,3% em agosto, enquanto as importações aumentaram 3,1%, o que resultou num agravamento do défice da balança comercial em 313 milhões de euros face ao mesmo mês do ano passado.
No total acumulado do ano, o défice comercial ascende a 21,2 mil milhões de euros, mostrando que o país continua a importar mais do que exporta, um fator que pode limitar o crescimento económico a médio prazo.
O que esperar para os próximos meses
Com a inflação a recuar de forma consistente, a grande questão é: irá esta tendência manter-se até ao final do ano?
Os analistas esperam que a inflação permaneça estável entre 2% e 2,5% até dezembro, suportada por três fatores principais:
Estabilização dos preços da energia:
A cotação do petróleo e do gás tem-se mantido relativamente estável, o que ajuda a reduzir a pressão sobre transportes e produção.Normalização das cadeias de abastecimento:
A nível global, os custos logísticos e de matérias-primas regressaram a níveis próximos dos pré-pandemia, o que limita novos aumentos de preços.Política monetária do BCE:
O Banco Central Europeu tem sinalizado uma pausa na subida das taxas de juro, após meses de política restritiva. Isso poderá contribuir para estabilizar os preços, sem travar o crescimento económico.
No entanto, existem riscos que podem alterar este cenário, nomeadamente:
Uma eventual subida dos preços da energia devido a tensões geopolíticas;
Aumento dos custos alimentares por efeitos climáticos nas colheitas;
E uma recuperação mais forte do consumo interno, que pode pressionar novamente os preços.
Impacto para as famílias e empresas
Para as famílias portuguesas, uma inflação mais baixa significa maior poder de compra, especialmente num contexto de salários que começam lentamente a recuperar. As prestações do crédito habitação, embora ainda elevadas, podem beneficiar no futuro caso o BCE avance com reduções das taxas de juro em 2025.
Para as empresas, a descida da inflação ajuda a controlar custos operacionais e melhorar previsões financeiras, sobretudo em setores dependentes de energia e transporte.
Conclusão: uma nova fase de equilíbrio económico
A confirmação do INE de que a inflação abrandou para 2,4% em setembro marca um ponto importante na trajetória económica de Portugal. Depois de um período de forte pressão sobre os preços, os sinais de estabilização são um indicador positivo para o poder de compra e para o crescimento sustentável.
Os próximos meses deverão ser de continuação desta tendência de moderação, ainda que com cautela. Para os consumidores, é o momento ideal para reavaliar orçamentos, reforçar poupanças e preparar-se para um 2025 com maior previsibilidade económica.
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