Aqui encontrarás Dicas Práticas para melhorar a tua gestão financeira no dia a dia

P2P em Portugal: Vale a Pena Investir?

Neste artigo, explicamos o que é o P2P Lending, quais as vantagens e riscos, e como podes minimizar as perdas se decidires aventurar-te neste tipo de investimento.

DICAS

7/30/2025

two men facing each other while shake hands and smiling
two men facing each other while shake hands and smiling

Nos últimos anos, o P2P Lending (empréstimo entre particulares) tem vindo a ganhar espaço entre os investidores portugueses como alternativa aos produtos tradicionais como depósitos a prazo ou fundos. Com a promessa de retornos atrativos, é fácil perceber o apelo — mas será que o risco compensa?

O Que é o P2P Lending?

O P2P Lending (peer-to-peer) é um sistema que permite emprestar dinheiro diretamente a pessoas ou empresas, através de plataformas digitais — sem a intermediação de bancos. Em troca, os investidores recebem juros sobre os montantes emprestados.

Plataformas como a Mintos, ViaInvest ou a portuguesa Raize funcionam como intermediárias, analisando os pedidos de empréstimo e permitindo que o investidor escolha onde aplicar o seu dinheiro.

Vantagens do P2P Lending

O P2P tem várias vantagens que explicam o seu crescimento:

🔸 Retornos Potencialmente Elevados

Os juros pagos pelos mutuários variam normalmente entre 4% e 12% ao ano, bem acima da rentabilidade de depósitos a prazo (1-3%).

🔸 Diversificação

Podes investir pequenos montantes em vários empréstimos diferentes, reduzindo o risco associado a cada mutuário.

🔸 Maior Liquidez (em algumas plataformas)

Algumas plataformas oferecem mercados secundários, permitindo que vendas os teus investimentos antes do fim do prazo.

🔸 Facilidade de Acesso

É possível começar com investimentos baixos (ex.: 10€ por empréstimo) e automatizar a alocação com estratégias predefinidas.

Riscos a Considerar

Nem tudo são rosas. O P2P Lending implica riscos reais e não está protegido da mesma forma que os produtos bancários.

🔻 Inadimplência dos mutuários

O principal risco é o não pagamento dos empréstimos. Nem todos os projetos correm bem e alguns mutuários simplesmente deixam de pagar.

🔻 Risco da plataforma

Se a plataforma deixar de operar (como aconteceu com o Envestio ou Grupeer), podes perder todo o capital investido, mesmo que os mutuários ainda estejam a pagar.

🔻 Falta de regulamentação

Ao contrário dos bancos, estas plataformas não oferecem proteção de depósitos. Em Portugal, a regulação ainda está a evoluir e depende muito da jurisdição de cada plataforma.

Como Reduzir os Riscos?

Se decidires avançar com o P2P Lending, há formas de minimizar os danos:

  1. Investe apenas o que estás disposto a perder. Não uses dinheiro do fundo de emergência.

  2. Diversifica ao máximo. Investe pequenos montantes em muitos empréstimos diferentes.

  3. Espalha o investimento por várias plataformas confiáveis.

  4. Verifica se existe Buyback Guarantee. Algumas plataformas oferecem esta garantia: se o mutuário não pagar, o originador recompra o empréstimo.

Conclusão: Vale a Pena?

O P2P Lending pode ser uma opção interessante para investidores com um perfil mais arrojado e que procuram diversificação e rendimento extra.

No entanto, não é um substituto para investimentos tradicionais ou seguros, como PPRs ou fundos indexados. O ideal é alocar apenas uma pequena percentagem do teu portfólio (ex.: 5-10%) e acompanhar de perto os resultados.

Se te sentes confortável com o risco, pode valer a pena explorar — com prudência e estratégia.